Zezé Di Camargo critica comoção pela morte da vereadora Marielle Franco

Enquanto muitos anônimos e artistas se indignaram e se comoveram com a cruel morte da vereadora Marielle Franco do (Psol), de 38 anos, na última quarta-feira, no Rio de Janeiro, o cantor Zezé Di Camargo, resolveu criticar toda a comoção do caso que se espalhou pelo Brasil e o Mundo. Em sua crítica, publicada em seu Instagram, o artista comparou a morte da ativista com a da médica Gisele Palhares Gouveia, assassinada com dois tiros no Rio, em 2016, e questionou porque a morte da médica não teve tanta repercussão como a da vereadora. Veja a postagem abaixo! 

“[...] Embora mulher, não era negra, não era pobre, não era feminista, não era militante de partidos políticos, não frequentava os círculos LGBT, [...] não estava dentro dos programas de assistências de cotas do governo. Enfim, não preenchia os requisitos necessários para uma mobilização nacional”, diz um trecho da publicação

A publicação veio acompanhada de uma legenda que diz: "Transformar uma barbárie em politicagem, não"

“Vamos refletir?!!! Como cidadão tenho direito de expressar minha opinião (opinião). Aos que concordam comigo, obrigado!! Aos que divergem, apenas conteste sem ofensas. Lembrando, apenas, que o texto não é meu. Repostei, porque achei coerente e verdadeiro. Parabéns ao autor!! Transformar uma barbárie em politicagem, não!!! Obs: esse crime aconteceu em 2016. O texto foi postado um dia depois do acontecido. Por isso o ‘ontem'”, escreveu o artista que recebeu centenas de críticas após sua postagem. 

Opinião:

Mas cá pra nós Zezé, esse não é o momento de questionar e nem desmerecer ou diminuir a morte de ninguém. A repercussão e a comoção do assassinato da vereadora se deu à crueldade extrema para com uma cidadã (também figura pública) e representante do povo, que lutava não só pelas mulheres negras, mas também em defesa das minorias e pelos direitos dos moradores de favelas e periferias do RJ. 

A repercussão da morte brutal de Marielle, não desmerece ou ignora de forma alguma, as outras mortes violentas que infelizmente ainda acontecem no Brasil. O caso de Marielle, foi o estopim para o brasileiro sair às ruas, como aconteceu em várias cidades do Brasil, para mostrar a sua indignação e questionar: "Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?”. As manifestações pelo Brasil e fora dele (que teve ampla cobertura da mídia), pressionaram as autoridades adormecidas, para agirem e encontrarem os culpados. 

O questionamento de Zezé e de outras centenas de pessoas incomodadas com a repercussão e a comoção nacional sobre a morte da vereadora, é desnecessário, inútil e deselegante. É preciso respeitar a dor do outro! Que possamos praticar mais a Empatia!